Como todos nós retificados sabemos, nosso rito tem diferenças bastante evidentes com relação aos demais ritos maçônicos praticados no Brasil, e isto não quer dizer que o RER seja melhor ou pior, mas significa que ele tem características bastante diferenciadas, tais como fundamentos éticos e espirituais profundamente enraizados em valores universais e no ideal da perfeição moral e espiritual. Entre as virtudes que se destacam em nossa doutrina estão a clemência, a justiça e a conciliação, princípios indispensáveis ao desenvolvimento pessoal e espiritual.
No RER, a clemência é vista como uma manifestação do amor ao próximo e da compreensão das fragilidades humanas. Essa virtude exige do maçom a capacidade de perdoar e agir com indulgência, reconhecendo que todos são passíveis de erros. Inspirada nos ensinamentos cristãos, a clemência não é sinal de fraqueza, mas de força interior e grandeza de espírito. Ela nos chama a moderar nossos julgamentos, evitando excessos e favorecendo a reconciliação. Assim, o maçom retificado é conclamado a ser um exemplo de bondade e compreensão, contribuindo para a restauração da paz entre os homens e a reconciliação de si mesmo. Mas é importante lembrar que a reconciliação (com o Criador e sobretudo para com seus irmãos) precede a reintegração.
A justiça, no Regime Escocês Retificado, transcende a aplicação das leis humanas e se eleva ao plano espiritual, como expressão da vontade Divina. O maçom retificado é convocado a agir com equidade, buscando sempre o bem comum e a correção das desigualdades. A prática da justiça exige imparcialidade e sabedoria, fundamentadas nos princípios da Verdade e da Caridade. No cumprimento dessa virtude, o retificado desempenha seu papel como um agente de transformação da sociedade e de si mesmo, promovendo a ordem e a harmonia no mundo profano e no universo espiritual.
A conciliação, como virtude essencial, reflete a busca pela unidade e pelo entendimento mútuo. No RER, o maçom é chamado a ser um mediador, devendo promover de fato o diálogo e o consenso entre aqueles que estão em conflito. Essa prática exige humildade, empatia e um compromisso genuíno com a serenidade. A conciliação, ao unir os opostos e sanar divisões, simboliza a harmonia universal que o Regime busca manifestar. Ela está alinhada ao ideal cristão de reconciliação entre os homens e Deus, um dos pilares fundamentais da espiritualidade retificada.
Clemência, justiça e conciliação não podem ser virtudes isoladas no contexto do retificado, mas interdependentes e complementares, não podem ser palavras vazias, mas atitudes e atos concretos. A clemência tempera a severidade da justiça; a justiça garante que a clemência seja aplicada com discernimento; e a conciliação surge como fruto do equilíbrio entre ambas. Essas virtudes formam um triângulo moral que orienta o retificado na construção de uma fraternidade mais justa, pacífica e alinhada aos preceitos sublimes que tanto buscamos.
Por meio da prática efetiva dessas virtudes, nossa fraternidade reforça sua missão de aperfeiçoar o homem, conduzindo-o à reintegração espiritual e à comunhão com o Grande Arquiteto do Universo.
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