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Orígenes e o Rito Escocês Retificado: Uma Exploração Filosófica e Ritualística

Orígenes, um dos mais influentes teólogos e filósofos cristãos dos primeiros séculos, deixou um legado duradouro no pensamento cristão primitivo. Sua abordagem teológica era marcada por uma profunda busca pela compreensão das escrituras e pela reconciliação da fé cristã com a filosofia grega. Por outro lado, o Rito Escocês Retificado, uma tradição maçônica cristã que manteve as tradições maçônicas do século 18 quase inalteradas, também incorpora elementos filosóficos e espirituais em seus rituais e doutrina. Neste texto, exploraremos as conexões entre o pensamento de Orígenes e o Rito Escocês Retificado, destacando pontos de convergência e distinção. 

Orígenes, nascido no século II, defendia a ideia da preexistência das almas, uma crença que influenciou consideravelmente sua teologia. Ele acreditava que as almas foram criadas antes da existência terrena e que, através da jornada terrena, buscam a reunificação com Deus. Essa noção de preexistência e o caminho de retorno à divindade compartilham paralelos com a doutrina Martinezista encontrada no Rito Escocês Retificado, que também aborda a busca da verdade espiritual e a evolução da alma. 

No Rito Escocês Retificado, os rituais são concebidos como uma jornada simbólica em direção à iluminação espiritual. As etapas desse caminho refletem a busca contínua por aperfeiçoamento moral e conhecimento. Essa busca é reminiscente do pensamento de Orígenes, que via a vida terrena como uma oportunidade para a alma aprimorar-se e progredir em direção à Divindade. 

Ambos, Orígenes e o Rito Escocês Retificado, também compartilham uma ênfase na transformação interior. Orígenes argumentava que a busca pela verdadeira compreensão das escrituras deveria levar a uma transformação espiritual profunda. Da mesma forma, o Rito Escocês Retificado visa à transformação do indivíduo, promovendo virtudes como a fraternidade, a caridade e a justiça. 

No entanto, é importante notar as diferenças entre essas duas tradições. Orígenes estava profundamente enraizado na teologia cristã, enquanto o Rito Escocês Retificado é uma tradição maçônica que incorpora elementos filosóficos e espirituais tendo como base o pensamento Cristão universal e não religioso. Enquanto Orígenes buscava harmonizar a fé cristã com a filosofia, o Rito Escocês Retificado se propõe a ser uma tradição maçônica cristã. 

Em conclusão, a relação entre o pensamento de Orígenes e o Rito Escocês Retificado reside na busca pela verdade espiritual, na transformação interior e na jornada em direção à iluminação pessoal. Ambos compartilham a visão de que a vida terrena é uma oportunidade para o aprimoramento moral e espiritual. No entanto, as diferenças fundamentais entre a teologia cristã religiosa de Orígenes e a natureza ecumênica cristã da tradição maçônica retificada destacam as nuances e complexidades dessas abordagens filosóficas e ritualísticas. 

Complemento doutrinário: 

Na visão cristã primitiva, o conceito de espírito, alma e corpo é intrinsecamente ligado à compreensão do ser humano como criatura divina. Esse entendimento é fundamentado em ensinamentos encontrados nas Escrituras Sagradas e nas reflexões dos primeiros teólogos cristãos. Vamos explorar cada elemento dessa tríade segundo a perspectiva cristã primitiva: 

Espírito: Definição e Origem: 

Em algumas tradições cristãs primitivas, o termo “espírito” pode ser usado de forma intercambiável com “alma”. No entanto, na doutrina Retificada são aspectos diferentes e separados, sendo o espírito eterno, dado que foi emanado pelo Criador. Portanto, o espírito pode ser distinguido como a dimensão mais elevada da vida não material conectando-se diretamente com Deus. O espírito é muitas vezes associado à obra do Espírito Santo. A renovação espiritual e a santificação são processos pelos quais o espírito humano é transformado à imagem de Deus. 

Alma: Definição e Origem: 

Na visão cristã primitiva, a alma é considerada a parte imortal do ser humano. A alma é vista como o princípio vital e animador que Deus infunde na criação humana. Sua origem é divina, sendo um dom de Deus que confere a cada pessoa individualidade e consciência. A alma é vista como imortal, continuando a existir após a morte física. A imortalidade da alma é central na esperança cristã, refletida na crença na vida eterna e na ressurreição dos mortos.A alma é vista como a parte do ser humano que mantém uma relação íntima com Deus. 

Corpo: Definição e Origem: 

O corpo, como parte integrante do ser humano, é visto como uma criação boa de Deus. Na tradição cristã primitiva, o corpo não é inerentemente mal, mas uma expressão material da criação Divina.O corpo, no entanto, é considerado vulnerável ao pecado e às fraquezas humanas. O sofrimento, a doença e a morte física são entendidos como resultados da condição caída da humanidade. Em suma, na visão cristã primitiva , espírito, alma e corpo são componentes interconectados da totalidade do ser humano. 

A Visão Cristã Primitiva adotada pelos ensinamentos e Doutrina Retificada, pugna que o homem é formado de três Partes – espírito, corpo e alma – conceito diferente da Igreja Romana que considera o homem como sendo formado apenas de Corpo e Alma. 

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